Nathalia Winkelmann e Marta Ferreira, Ações transformadoras da divulgação científica das geociências

Nota Biográfica

Marta Ferreira Abdala Mendes possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (1991), mestrado em Educação pela UERJ (2002) e doutorado em História das Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ (2006). É professora do IFRJ, e atualmente é coordenadora e professora do Curso de Especialização em Educação e Divulgação Científica do IFRJ. Foi coordenadora do Curso de Especialização em Ensino de Ciências e Matemática de 2011 a 2014. Tem experiência na área de Educação Científica, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: metodologia, ensino de ciências, história e filosofia da ciência, divulgação científica.

Nathalia Winkelmann Roitberg é coordenadora administrativa do Museu de Ciências da Terra responsável pelo programa de mediação. Possui graduação em História pela UFRJ e aluna de especialização em Educação e Divulgação Científica do IFRJ/campus Mesquita e do mestrado em Divulgação Científica (FIOCRUZ, UFRJ, MAST, JBRJ).

Resumo

Os museus constituem espaços de conhecimento ou lazer, onde a educação não formal emerge do diálogo com o visitante, que se torna sujeito de seu aprendizado. Observa-se uma crescente exigência social em prol de políticas públicas pela acessibilidade nesses espaços. De certo, é necessário o aumento de estratégias de integração com o público visitante, por consequência da sua função educativa. A proposta deste trabalho é apresentar aspectos transformadores da Educação em Ciências da Terra, através da mediação nas visitas de pessoas com deficiências no Museu de Ciências da Terra – MCTer do Rio de Janeiro. Esse Museu, sob a gestão da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), responsável pelo Serviço Geológico do Brasil possui grande importância na Educação e Divulgação Científica das Geociências desde 1909. A recente implementação do programa de mediação possibilitou diversas atividades de divulgação científica e interação pedagógica, a realização de exposições itinerantes e oficinas proporcionando a inclusão, especialmente, para deficientes visuais e pessoas com transtornos cognitivos e/ou psíquicos, através de uma linguagem multissensorial e criativa, sob a perspectiva da propriocepção.Diante das situações transformadoras da função educativa do museu, promovemos experiências, como por exemplo, contação de mitos geopaleontológicos nas visitas de pessoas com transtorno cognitivo e/ou psíquico, ou explorando as propriedades organolépticas dos minerais e fósseis, através do convite ao toque àqueles que tem deficiência visual, em diálogo com a representatividade estética (KASTRUP, 2001). Como resultado, percebemos ser possível promover o processo de inclusão social proporcionada pela mediação, através da acessibilidade pedagógica e atitudinal nas exposições do MCTer. O trabalho do mediador torna-se imprescindível, na medida em que pode proporcionar o diálogo e a interação do sujeito com o conhecimento, ressignificando barreiras de preconceitos e estimulando a busca por maior autonomia. Pretende-se futuramente aperfeiçoar essa proposta, visto que o museu é vizinho de instituições voltadas a pessoas com deficiência como o Instituto Benjamim Constant (educação para cegos), e o Instituto psiquiátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Palavras-chave: acessibilidade atitudinal; mediação; geociências.